Halima Halima
Em (uma) noite que não era
tropical na hora dos pássaros
não havia canto de sabiá
galo ou qualquer pio. Nem o corvo

Nem o calor da madrugada
desvairada em palavras bêbadas
de inglês francês português
clareava o silêncio escuro
da Nuit Blanche

A noite continuava
depois das horas
de eletro-joguetes
assim como Chemical Brothers
até mesmo Nirvana
de horas dançadas, ouvimos

o canto árabe-marroquí
sentados na sala
tocava o rádio tocavam-se
os pés sem sapatos

A Tunísia em cabelos
negros e brilhantes
em olhos assim
meio puxados
o riso maluco, triste
tímido. Halima
Poesia, foto e áudio: Gustavo Faleiros
Design e programação: memeLab